Framework IBRAVS

Um Caminho Prático para Valor em Saúde e Modelos de Remuneração Baseados em Valor

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O Framework IBRAVS é uma publicação fundamentada a partir dos 7 passos que apresentam as etapas essenciais para aplicação completa de Valor em Saúde

Sobre o framework IBRAVS em 7 Passos


O Framework IBRAVS em 7 passos é a metodologia que estrutura todo o processo de transformação para Valor em Saúde no Brasil. Criado a partir de evidências científicas, melhores práticas internacionais e da experiência prática de implantação em diversas instituições, o framework orienta tanto profissionais quanto organizações em um caminho claro, objetivo e escalável rumo ao VBHC.

1. Entendendo VBHC e seus benefícios


O primeiro passo do Framework IBRAVS em 7 passos é a compreensão profunda do conceito de Value-Based Healthcare (VBHC) e dos benefícios que sua adoção traz para pacientes, profissionais, prestadores e operadoras.

Esse passo é fundamental porque estabelece a base conceitual e cultural sobre a qual todo o processo será construído. Antes de estruturar modelos, métodos ou negociações, é essencial que todos os envolvidos compartilhem a mesma visão sobre o que significa gerar valor em saúde.


Principais Elementos


• Definição de Valor em Saúde: alcançar os melhores resultados clínicos, de experiência e qualidade de vida ao menor custo possível para o sistema.


• Benefícios esperados:

  • Para os pacientes: acesso a um cuidado coordenado, mais seguro, efetivo e centrado em suas reais necessidades.
  • Para os profissionais de saúde: reconhecimento pelo Valor gerado, maior engajamento e condições de trabalho mais organizadas.
  • Para os prestadores: eficiência operacional, redução de desperdícios e sustentabilidade econômica.
  • Para as operadoras: gestão mais previsível dos custos assistenciais, fidelização e satisfação dos beneficiários.
  • Para o sistema de saúde: equilíbrio entre qualidade, acesso e sustentabilidade.


• Mudança de paradigma: substituir modelos baseados em volume e complexidade de serviços por modelos que recompensam valor entregue.


Objetivo desse passo no Framework


Criar uma compreensão comum e alinhada entre todas as partes interessadas, estabelecendo o propósito estratégico do projeto de transformação em saúde baseada em valor.

2. Conhecer sua População


O segundo passo do Framework IBRAVS em 7 passos é compreender em profundidade a população sob gestão, por meio da análise epidemiológica e da segmentação em grupos relevantes. Esse processo é essencial para direcionar os recursos de forma eficiente e definir as prioridades em saúde com base em necessidades reais.


Principais Elementos


• Análise Epidemiológica

  • Levantamento de indicadores de saúde e prevalência de doenças.
  • Identificação de fatores de risco, determinantes sociais e padrões de utilização dos serviços.
  • Construção de uma visão crítica da população, considerando suas particularidades regionais, socioeconômicas e culturais.


• Segmentação da População

  • Classificação em grupos de risco (baixo, moderado, alto e crítico).
  • Identificação de linhas de cuidado prioritárias, como condições crônicas prevalentes, doenças de alto custo ou impacto social relevante.

Avaliação do perfil demográfico e tendências que influenciam a demanda por serviços de saúde.


Objetivo desse passo no Framework


Garantir que a organização compreenda quem são os pacientes sob sua responsabilidade, quais são suas necessidades prioritárias e onde estão as maiores oportunidades de geração de valor.


Benefícios da aplicação prática


Melhor alocação de recursos e definição de investimentos em saúde.

Foco em prevenção e gestão de condições crônicas, evitando complicações e internações desnecessárias.

Redução de desperdícios e aumento da eficiência do sistema.

Base sólida para estruturar modelos de cuidado personalizados e centrados no paciente.

3. Modelo – Definição da Abordagem


O terceiro passo do Framework IBRAVS em 7 passos consiste em definir qual será a abordagem adotada no projeto de Valor em Saúde. Esse passo é fundamental para estabelecer o escopo de atuação e alinhar expectativas entre todos os envolvidos.


Principais Elementos


• Escolha da abordagem:

  • Profissionais de Saúde (Corpo Clínico): foco na avaliação do desempenho individual ou coletivo de médicos, equipes multiprofissionais e sua relação com resultados clínicos e de experiência.
  • Prestadores de Serviços: análise da performance de hospitais, clínicas ou outros prestadores, considerando eficiência operacional, qualidade assistencial e custos.
  • Linha de Cuidado Completa: avaliação integrada de toda a jornada do paciente em determinada condição clínica (ex.: oncologia, cardiologia, ortopedia), incluindo coordenação do cuidado entre diferentes níveis de atenção.


• Critérios de definição da abordagem:

  • Relevância epidemiológica identificada no passo 2.
  • Potencial de impacto clínico, econômico e social.
  • Capacidade de implementação com dados disponíveis e recursos existentes.
  • Prioridades estratégicas da instituição ou do sistema de saúde.


Objetivo desse passo no Framework


Definir claramente o objeto de análise e intervenção, garantindo foco, coerência metodológica e aplicabilidade prática para os próximos passos.


Benefícios da aplicação prática


Clareza no escopo e nas responsabilidades do projeto.

Maior engajamento de profissionais e organizações envolvidos.

Estruturação de métricas adequadas à abordagem escolhida.

Facilitação do monitoramento de resultados, evitando dispersão de esforços.


4. Método – Metodologias de Avaliação de Valor em Saúde


O quarto passo do Framework IBRAVS em 7 passos estabelece a metodologia que será utilizada para medir valor em saúde. A clareza na escolha e aplicação da metodologia é fundamental para transformar conceitos em resultados concretos e comparáveis.


Metodologia Recomendada pelo IBRAVS


O IBRAVS adota o EVS – Escore de Valor em Saúde como ferramenta estruturante para avaliação. O EVS integra, em um único índice:


Estrutura: Avaliação de componentes estruturais e organizacionais que apresentam impacto na entrega de Valor (exceto para Linhas de Cuidado).

Eficiência de atendimento: avaliação de processos que possuem impacto nos desfechos.

Desfechos Clínicos: resultados objetivos da atenção à saúde, como taxas de complicações, sobrevida, recuperação funcional e controle de doenças crônicas.

Experiência do Paciente: percepção do cuidado recebido, incluindo comunicação, coordenação, acolhimento e qualidade de vida.

Custos Assistenciais: análise dos recursos utilizados na jornada do paciente, considerando o custo total da condição de saúde e não apenas de eventos isolados.


Características do EVS


Metodologia transparente e replicável.

Estrutura padronizada que possibilita comparabilidade entre instituições, linhas de cuidado e diferentes contextos.

Baseada em dados auditáveis e alinhada a padrões nacionais e internacionais de mensuração.

Apoia a tomada de decisão baseada em evidências, permitindo identificar boas práticas, oportunidades de melhoria e estratégias de remuneração.


Objetivo desse passo no Framework


Definir a metodologia oficial de avaliação de valor, garantindo consistência e credibilidade aos resultados apresentados.


Benefícios da aplicação prática


Criação de uma linguagem comum para discussão de valor entre profissionais, prestadores, operadoras e reguladores.

Redução de vieses de análise ao integrar desfecho, custo e experiência em uma métrica única.

Capacidade de monitoramento contínuo da performance assistencial.

Base sólida para a negociação de modelos de remuneração baseados em valor (VBA), que virão no passo 6 do framework.

5. Operação – Gestão & Sistemas


O quinto passo do Framework IBRAVS em 7 passos é transformar metodologia em prática. Aqui, o foco está em estruturar a gestão operacional e implantar os sistemas de informação necessários para monitorar, medir e sustentar o modelo de Valor em Saúde no dia a dia.


Principais Elementos


• Governança de Gestão

  • Definição de papéis, responsabilidades e fluxos decisórios.
  • Integração entre áreas clínicas, operacionais, financeiras e de tecnologia.
  • Estabelecimento de um Escritório de Valor (VMO) ou estrutura equivalente para coordenação contínua.


• Sistemas de Informação

  • Implantação de ferramentas de registro, análise e monitoramento em tempo real.
  • Integração de dados clínicos, financeiros e de experiência do paciente em uma visão única.
  • Utilização de dashboards e scorecards para acompanhamento de indicadores estratégicos.


• Processos Operacionais

  • Padronização de fluxos assistenciais.
  • Monitoramento contínuo de desfechos, custos e indicadores de experiência.
  • Criação de ciclos de melhoria baseados em evidências (feedback loops).


Objetivo desse passo no Framework


Transformar os conceitos de VBHC e os resultados das análises anteriores em operações práticas, sustentadas por dados e sistemas, capazes de gerar decisões em tempo real e apoiar a melhoria contínua.


Benefícios da aplicação prática


• Transparência: dados confiáveis e auditáveis em todos os níveis da organização.

• Agilidade: capacidade de identificar desvios e implementar correções de forma rápida.

• Eficiência: redução de redundâncias, desperdícios e falhas operacionais.

• Integração: alinhamento entre clínica, operação e finanças para o mesmo propósito – gerar valor.

6. Negociação – Acordos Baseados em Valor (VBAs)


A etapa de Negociação é o momento de transformar as análises, métodos e operações estruturadas nos passos anteriores em contratos concretos de remuneração, garantindo que os resultados alcançados sejam recompensados de forma justa e sustentável.


Os 5 principais modelos de pagamento com base em valor


1. Pagamento por Performance (Pay-for-Performance – FFS + Valor)

  • o Baseado no fee-for-service tradicional, mas com acréscimos de incentivos vinculados a indicadores de qualidade, desfecho ou eficiência.
  • o Promove a melhoria de processos assistenciais específicos.


2. Pagamento por DRG + Valor (Diagnosis Related Groups)

  • o Pacotes ajustados por grupos de diagnóstico, que incluem incentivos ou penalidades baseados em resultados obtidos.
  • o Estimula eficiência hospitalar e padronização clínica.


3. Pagamento por Episódio + Valor (Bundled Payments)

  • o Remuneração global por toda a jornada de cuidado de uma condição (ex.: cirurgia, parto, oncologia).
  • o Estimula coordenação entre diferentes níveis de atenção e redução de desperdícios.


4. Pagamentos Populacionais + Valor (Population-Based Payments)

  • o Capitation ou orçamentos globais, ajustados por risco, associados a metas de desfecho e experiência.
  • o Induz foco em promoção de saúde e prevenção, reduzindo internações evitáveis.


5. Pagamento para Medicamentos, Dispositivos e Diagnósticos de Alto Custo + Valor

  • o Contratos de risco compartilhado (risk-sharing) e pay-for-performance, em que a indústria é remunerada de acordo com a entrega efetiva de resultados em mundo real.
  • o Garante acesso a tecnologias inovadoras sem comprometer a sustentabilidade do sistema.


Objetivo desse passo no Framework


Alinhar os incentivos financeiros ao valor efetivamente gerado.

Estimular a responsabilidade compartilhada entre todos os atores da saúde.

Garantir sustentabilidade econômica, eliminando o modelo centrado apenas em volume.


Benefícios da aplicação prática


Transparência nos contratos entre pagadores e prestadores.

Redução de desperdícios e incentivo a boas práticas.

Escalabilidade para diferentes linhas de cuidado e condições clínicas.

Integração entre dados clínicos, operacionais e financeiros para validação objetiva de resultados.

7. Sustentação – Escalabilidade, Melhoria Contínua e Difusão


O sétimo passo do Framework IBRAVS em 7 passos garante que os avanços obtidos não sejam pontuais, mas sim incorporados de forma estruturada e duradoura ao sistema de saúde. Trata-se de consolidar práticas, difundir conhecimento e criar as condições para escalabilidade e melhoria contínua.


Principais Elementos


• Escalabilidade

  • Expansão gradual dos projetos de VBHC para novas linhas de cuidado, condições clínicas e regiões.
  • Adaptação das experiências bem-sucedidas em um serviço para todo o sistema.
  • Disseminação de metodologias e resultados por meio de publicações, fóruns e eventos.


• Melhoria Contínua

  • Uso de dados de mundo real para ajustar protocolos e acordos em ciclos regulares de avaliação.
  • Revisão periódica dos indicadores de desfecho, custo e experiência.
  • Implementação de mecanismos de feedback com profissionais, pacientes e gestores.


• Difusão e Cultura Data Driven

  • Estabelecimento de uma cultura organizacional orientada por dados e resultados.
  • Compartilhamento de aprendizados com toda a rede de stakeholders (operadoras, prestadores, reguladores, indústria e pacientes).
  • Formação de líderes e mentores em VBHC, fortalecendo a base de conhecimento coletivo.


Objetivo desse passo no Framework


Garantir que os resultados positivos não sejam isolados, mas perpetuados, ampliados e difundidos, promovendo a consolidação de um novo modelo de saúde mais justo, eficiente e sustentável.


Benefícios da aplicação prática


Criação de ciclos virtuosos de valor: melhores resultados geram mais confiança, que leva a mais adesão e expansão.

Fortalecimento da credibilidade da organização e dos profissionais certificados.

Consolidação de parcerias sustentáveis de longo prazo.

Contribuição efetiva para a transformação sistêmica do setor de saúde no Brasil.

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